domingo, 30 de junho de 2013


Caminho de volta...

Era um domingo, dia de muito calor e sol forte.

Eu andava devagarzinho pela vida,pelo dia.Foi então que viu um vídeo na internet . Aos poucos eu olhava para trás...

E lá estavam as montanhas nevadas, as lindas plantações de maçãs, o jardim florido cuidado por minha vizinha. Muitas manhãs ela colhia cuidadosamente  algumas lindas flores e me oferecia com um sorriso nos lábios para que eu as colocasse em  vasinho e assim elas alegravam minha pequena casinha.

Lembrei-me então de uma amiga... A  chamávamos carinhosamente de Rosita. Sempre tinha um sorriso nos lábios. Aos domingos muitas vezes me levava para almoçar em sua casa.

Lembro  do dia em que ela e sua família realizaram um grande sonho. Iríamos a cordilheira eu ia conhecer a neve. Jamais esquecerei a brancura do lugar, o verde resplandecente dos ciprestes que  davam sua lição de força e persistência... Quem me dera ser sempre como eles.   Nevadas, tempestades eles , os ciprestes, estavam lá fortes verde, firmes falando de esperança e alegrando a paisagem.

Guerreávamos com bolas de neve.. Pequenas grandes crianças nos alegram com o pouco muito que a vida nos oferecia... Até tentamos construir nosso boneco de neve.. para que ele pousasse para a foto... mas os pequenos flocos de neve que começaram a cair fizeram com que nossa obra de arte tivesse poucos atrativos...

  Era uma grande mesa e tomávamos nosso café com alguns pãezinhos que alguém havia cuidadosamente levado com amor..

Fiquei sabendo mais tarde  que o irmão da minha amiga que alegrou nosso dia e animou a festa da briga de neve havia ido inesperadamente para sempre acometido de um câncer. Mas as lembranças daquele dia... elas estão ainda aqui no caminho de volta por um olhar num domingo de sol.

Lembro  me da adolescente filha da minha vizinha de olhos brilhantes. Eram um sete de setembro... ela carinhosamente e com cuidado desenhou as duas bandeiras a minha brasileira... a sua chilena e cuidadosamente a noite ou cedinho não sei ao certo ,colou na porta da minha casinha (que mais parecia uma casinha de boneca) ao acordar e abrir para que o dia me saudasse... lá estava a surpresa pregada com a cola do amor no nosso coração brasileiro chileno. Não me lembro ao certo mas penso que com certeza as lagrimas brilharam.

A família brasileira que cuidava da gente era outra das nossas  alegrias... as filhas da família por vezes diziam em tom de brincadeira. Mãe você gosta mais dessa  meninas que de nós e ela respondia com um sorriso nos lábios e um brilho no rosto: gosto de todas iguais... ríamos então da brincadeira que era quase uma verdade.

Ganhei três irmãs brasileiras, meninas que como eu deixaram tudo e foram para aquela terra distante estranha... terra de contos de fadas onde o amor ultrapassava raça,fronteiras, éramos desconhecidos unidos pelo imensurável amor de Deus aquele que fazia nossos dias felizes.

Certo dia o vento aos poucos levava o telhado de nossa casa.. assistíamos a cena sem saber o que fazer ... as nuvens escuras anunciava a chuva que não demorava a cair... corajosamente nosso vizinho mesmo acometido de uma pneumonia em um esforço sobrenatural colocou o telhado no seu devido lugar.. as primeiras gotas de chuva gelada começavam a cair quando ele conseguiu terminar sua operação solidariedade em nosso favor.

Ah! como falar de todos, foram tantos amigos bons ,corações dourados encantados que encontramos por lá.

Foi nessa tarde de domingo que na caminhada da vida ,na caminhada do dia olhei pra trás ... e vi... vi ainda um tesouro guardado no findo do Baú do meu coração... e lá estavam elas as lindas lições de amor que vivi!

Quando saí do Brasil... chorei ah! se chorei.. quando lá cheguei sozinha em terra desconhecidas.. ah as a lagrimas eram demasiadamente teimosas e insistiam sem parar de cair...

Assim é a vida.. a beleza sempre vai estar nas histórias para rir e chorar!

 

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