quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Luzes que se acendem... Luzes que se apagam!


Luzes que se acendem... Luzes que se apagam!

Assim é nossa vida, às vezes luzes se acedem e ficamos felizes, mas às vezes as circunstancias desligam o interruptor e temos a impressão de que nunca houve luz.

Depois que dias eram noites e noites eram dias, minha batalha seguia, mas agora uma chama de esperança queimava pequena... As palavras nunca deixaram de ecoar: inteligente, bom emprego, você é capaz. A escuridão ameaçava, mas como uma vela ou um lampião elas estavam lá guardadas a sete chaves para direcionar minha vida. E ainda estão guardadas no cofre forte do meu coração e enriquecem os meus dias.

Um domingo eu estava com a televisão ligada, ocupada em preparar-me para sair, mas parei para ouvir a história de um pescador perdido no mar. Que relato! Caiu no mar por uma fatalidade, segurou uma boia e dizia: fiz da boia minha casa. Ah! Então era isso, a uma boia pra sobreviver.

Ele se cansou seus braços perderam a força e pediu: Deus manda socorro. Achou uma caixa, passou horas de persistência e gastando suas unhas conseguiu um bote uma ração e gel de água que o sustentaram e salvaram por sete dias. Então era isso.. Persistência muita persistência! Foi então achado pelo barco de um pescador e encontrou terra firme. Saiu pelos meios de comunicação contando sua história de superação.

Eu tinha boia, com persistência chegaria ao bote e a provisão, e com força de vontade um dia encontraria a terra firme. Então eu podia conseguir, e continuei no mar, mas agindo. Cliquei muitas, muitas vezes naquele vídeo da entrevista do pescador, então esposo perguntou:

Porque você ouve tanto esse vídeo. Era preciso que as verdades entrassem em meu coração.

Planejamos um passeio de férias na casa de meu irmão. Tudo preparado, passagens, compras, mas meu coração estava congelado por um sentimento estranho. Uma virose enfraqueceu meu corpo e eu temia não suportar horas em um ônibus, deitei imóvel, malas prontas, mas meu coração não me enganava... o mar.. o precipício. Olha só desligaram o interruptor tudo escureceu.

Um telefonema que traria resultados negros, escuros tenebrosos a minha vida. Perda de emprego,meu esposo havia perdido o emprego. A ração e o gel de água acabaram. Agora restava esperar o barco o pescador.

Segurei a boia, ia fazer dela minha casa. Procurei em todos os satélites da internet emprego... emprego. Lá estava o barco! Um anúncio Vagas para evangélicos 900 reais. Cliquei no link da esperança, apenas algumas palavras. La estava a resposta. Não tinha vaga mas uma pessoa não sei de que cidade nem quem era estava lá ao telefone pronto para ajudar.

Apenas 900 reais,  era a caixa e o bote surgindo. Um pastor já havia deixado em casa uma cesta com bons alimentos e pensei: a provisão começa chegar então a terra firme está próxima.

Mas eu não estava sozinha no mar. Algumas pessoas preferem o mar, o naufrágio à luta da sobrevivência. Meu esposo decidiu ir embora. Foi apenas um telefonema estou indo embora, já estou viajando, deixei 700 reais.

Vinte anos, uma vida, um telefonema. Pensei estar me afogando, tudo havia se esvaído, Onde estaria o interruptor, alguém poderia ligar a luz? Eu estava na casa de uma amiga e eu acho que com bem poucas forças eles ainda seguravam a vela para mim.

Percebi que se ficasse ali a luz se apagaria. Precisava gastar minhas unhas pelo bote, pela ração, para achar terra firme. Vagava pela cidade, às vezes o cansaço emocional era tanto que eu não sabia onde estava. Respirava olhava para o céu. Ah! Lembra-se do meu amigo? Aquele que o avião levou? Bom emprego... você é inteligente.... você pode... separação não é buraco pode ser trampolim. La estava ele na minha frente eu ainda podia ver, mesmo que estivesse do outro lado do mundo. E afinal alguém tinha criado potentes satélites que poderiam ajudar a acender o interruptor.

Passei mal, quase não cheguei ao hospital, sozinha,  eu Deus, as palavras do meu pequeno grande amigo e a história do pescador. Levaram-me ao pronto socorro, minha pressão arterial 18 e pouco, calmantes muitas injeções, telefonemas para que alguém se responsabilizasse por mim, nada.  Meu familiar mais próximo 800 km . Acalmavam-me - Seu irmão chega amanhã cedinho! Qual o que! Eu sabia que era mentira do Pará até Cuiabá nunca. Dormi na maca, pelo efeito de calmantes. Implorava para que me deixassem voltar para casa, mas não, alguém precisava me buscar. Com muito custo um pastor foi ao hospital, era parente do meu ex-esposo e me deixou em casa. Era um domingo pela manhã, a casa estava fria e escura. Devem ter desligado a chave geral da energia o mundo escureceu! Não, não meus amigos, meus irmãos, o anjo frances o pescador. DEUS, as palavras não me deixavam desistir. Ele era real assim como eu e você Ele estava lá e é dono de todas as luzes do universo artificiais e naturais ele liga interruptores não importa o nível da escuridão.

O mar era imenso, a escuridão, terrível, eu não avistava nem barco nem ilha nem continente mas eu sabia eles estavam la em algum lugar e eu chegaria. Deitada na maca gelada pedi que Deus me ajudasse sair bem e ele disse sim, então estava tudo certo.

Aviões não são capazes de levar amigos, os satélites são mais fortes que eles. Olha só:

Desesperada lembrei-me do meu amigo, escrevi, jamais esperava resposta, era só mais uma maneira de aliviar a dor.

Mas lá estava um email na caixa ... palavras que foram como soro em minha veias.

Ah como eu gostaria de publicá-las aqui, mas não recebi autorização do autor por isso decidi não fazê-lo.

As palavras foram bússola que Deus mandou.

Depois de longos quinze a vinte dias meu irmão foi em meu socorro, me levaria para junto de meus familiares. Foram eles, meus irmãos que me carregaram no colo por alguns meses até que pudessem me soltar em um lugar seguro. Como aquela mãe que se aborrece com as decisões erradas da criança, mas sabe que precisa carrega-la e proteger até um lugar seguro.

A mensagem de meu amigo ficou arquivada, era o mapa da mina que iria dar norte a minha vida novamente. Hoje tenho dois grandes sonhos. Ir ao Chile e a França, não para visitar e conhecer torres imponentes, mas para visitar castelos onde vivem pequenos grandes amigos. Para uma pobre educadora brasileira um sonho impossível, o dinheiro não seria suficiente. Que me desculpe Santos Dumont, mas satélites são mais fortes que aviões e é neles que embarco . Minha webcamp do notebook nunca foi instalada, então nem som, nem imagem, me conformo com as letras, afinal elas me levam sem cobrar passagem nem hospedagem. E também acredito em milagres...

A história não acaba aqui, ela apenas termina para iniciar uma nova linda caminhada, histórias para rir e chorar.

Afinal o dono das luzes e da vida estará sempre aqui, e quem sabe um dia será propicio para encontrar amigos brasileiros chilenos, franceses, Ah e o amigo maior esse morarei para sempre com ele, passagem gratuita preço só o sangue e a graça. Então sejam todos bem vindos ao mundo de luze que se apagam,  luzes que se acedem afinal a vida é bela e linda , basta acreditar persistir andar. A caminhada é longa, mas todo esforço vale a pena.

 

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Ao Mestre Com Carinho

                                                               AO MESTRE COM CARINHO!
Eu estava ali sentada em minha sala, simples, com pouco conforto, mas sala de professores e minha,TSP (técnica de suporte pedagógico) da escola.

Em minha frente o pequeno aluno, de aparência privilegiada, inteligente, fala coerente sereno, mas preocupado por estar ali sentado no lugar conhecido como castigo para muitos daquele ambiente.  A cena me remetia ao passado.

Não muitos meses distantes e passados eu estava sentada na sala da minha casa, meu caderno borrado e destruído pela vida, as lição todas erradas: família – destruída. Emprego-missão impossível. Esperança: nenhuma. Esposa: mandada embora pelo marido praticamente todos os dias. A vida havia estragado meu caderno, tudo agora era um emaranhado de borrões, quem lia se desesperava.

Então o governo da França depositava dinheiro na conta de alguém todo mês, o que possibilitou a compra de passagens aéreas. Eu ali sentada, na minha frente o melhor TSP que a vida podia oferecer enviado direto da França. Passou a vista em meu caderno, o medo estampado em meu rosto, o insegurança se tudo aquilo tinha concerto.

Serenamente ele folheava as páginas, as lagrimas por vezes desciam. Algumas folhas precisam ser arrancadas e jogadas fora. Outras com cuidado poderiam ser apagadas e reescritas. Tomou  a caneta e aos poucos foi ensinando a reescrever a história.

Por tempos ainda fiquei sentada ali, na sala do castigo da vida, duvidando se seria possível refazer a lição, conseguir nota passar de ano e no final conseguir um diploma. O TSP da vida me falou da equipe de auxiliares e professores experientes que poderiam me conduzir pelo caminho.

Aos poucos meus irmãos decidiram dar uma chance, e se dispuseram a me levar de volta a sala, comprar material perfeito para reescrever a lição.

Aos poucos  com lápis e papel na mão ,comecei a escrever .

 As folhas amassadas e jogadas no lixo levaram consigo família, móveis, casa, pertences eletrodomésticos, mas aprendi que se podia viver sem eles.

Agora eu estava ali, na frente daquela pequena obra prima de Deus. Segundo alguns para imputar o castigo. Digo conselho, a vida já é dura demais para aumentar o fardo com castigo.

A conversa era lenta, talvez procurando nelas o milagre para mudar a história. O caderno do menino ainda é incrivelmente branco, e uma história maravilhosa pode ser escrita. Basta que ele diferente de mim faça as escolhas certas.

Olhei para meu uniforme de TSP me enchi de coragem e procurava imitar meu mestre que tinha me ensinado chegar ali e estar sentado em frente aquele precioso aluno sustentando um título de cargo de confiança.

Ontem pela manhã cheguei a escola, sentada no sofá da secretária pensativas sobre o dia. Inesperadamente o pequerrucho chegou correndo eufórico. Empunhava um lindo caderno. Os olhos brilhavam como a luz mais linda que se pode ver.

-olha tia, meu caderno, olha copiei tudo fiz toda tarefa que a professora passou.... OLHA TIA!!!!! Olhei , a letra linda, o caderno arrumado, os certos que a professora rabiscou ao lado das letras eram exibidos como verdadeiros troféus. Meu herói estava ali, na minha frente sorridente e feliz. As letras eu não consegui ler, acho que foi a emoção que tomou conta.

Ah! Eu sabia mesmo que você era inteligente, bem que eu te disse, você é lindo, bom aluno, inteligente, linda sua lição. Que bom que está tudo certo. Você vai ser assim agora, bom aluno, ótima lição .Parabéns! Eu estou muito feliz com você

Ele saiu em disparada ainda gritei em um suave som que ele poderia ouvir: Parabéns!!!! Seu caderno está lindo!! ... Ele se foi feliz.

No intervalo perguntei a professora se ela havia mandado seu aluno mostrar o caderno.  Não, ele pediu permissão para fazer isso e eu deixei, hoje ele está bem.

Não sei ao certo se aquele caderno era o troféu do meu pequeno aluno, ou se era um troféu que a vida estava me dando fruto das lições bem feitas, ensinada pelo meu mestre.

Aqui estou eu, com poucas coisas, uma kitnet, poucos móveis, vida modesta, cargo de TSP preciso ensinar lições de vida para que os alunos da minha escola saibam escrever histórias maravilhosas. Se vou conseguir não sei,mas prometo ao meu professor que vou tentar.

Então aqui estou eu fazendo minha lição de casa, escrevendo uma redação Ao mestre com Carinho que dedico ao TSP Frances especialista em educação, nunca lhe deram esse diploma, mas nem precisa. Dedico também a minha equipe escolar, parentes , amigos, e as duas professoras aposentadas na educação e especialista em me ensinar a arte da vida.

A Deus dedico minha história, minha vida, mesmo que sejam para sorrir e chorar mas ele é meu diretor e por isso sei que vamos ter sucesso.

Por isso escrevo hoje no meu blog ao meu mestre com carinho, eu gostaria muito de ir ao outro lado do oceano com os olhos brilhando exibir meu caderno com diversos certos que a vida colocou ao lado das letras .Mas meu salário de TSP não permite comprar passagens aéreas, por isso estou aqui com teclas e papel encarregando os satélites de levar o brilho dos meus olhos e o sorriso do meu rosto para dizer... Olha meu caderno, fiz a lição e depois sair correndo para a sala de aula que a vida ainda prepara.

As lágrimas... essas sempre descem nesses momentos, por isso essas são HISTÓRIAS PARA RIR E CHORAR.